terça-feira, 9 de junho de 2009

Gênero relato de prática


Por que relatar a prática didática?

Muitas vezes se diz que estudos teóricos e práticas pedagógicas não combinam bem. Uma das expressões usadas para afirmar isso, e que todos já ouvimos é: “Na prática, a teoria é outra coisa”. É evidente que há diferenças entre estudos teóricos e sua aplicação na prática pedagógica, mas é na relação entre elas é que estão as oportunidades de mudança e crescimento da qualidade em educação que tanto almejamos.
A escrita de relatos de experiência da prática escolar é vital para o estabelecimento da cadeia entre ação anterior, reflexão, nova forma de agir. Ao elaborar relatos, o professor, ao mesmo tempo em que relata sua prática, reflete sobre ela, passa a compreendê-la melhor e a ter condições de aperfeiçoá-la.


Orientações para a elaboração de relatos de experiência de prática pedagógica:
O relato de prática pedagógica é um gênero de texto que pode revelar, se bem planejado, a aproximação dessa prática com uma teoria que a fundamenta.

Como gênero textual, o relato de experiência de prática pedagógica tem características muito próprias, que os diferenciam de outros gêneros. Por exemplo, ele é muito diferente de um relatório. Um relatório precisa parecer neutro, não pode revelar a autoria de quem o escreveu. Ao contrário, o relato de experiência de prática pedagógica é um gênero de texto que põe em evidência a autoria de quem o escreveu e tem marcas que refletem essa autoria. Essas marcas de autoria aparecem no texto todas as vezes que o autor faz referência a experiências muito particulares que somente ele viveu com seus alunos em particular, ou na coordenação de grupos de formação de professores, em sua sala de aula, em sua escola.
Como está relatando essa experiência para alguém com quem pode partilhá-la porque também tem experiências semelhantes, ele faz uso de pronomes pessoais e de tratamento, como se dialogasse com esse leitor. Além disso, como o relato fala de situações experimentadas pelo autor, revela as sensações e emoções vividas nessas experiências. Isso é marcado pelo uso de adjetivos que aproximam o leitor dos sentimentos vividos pelo autor do relato.

Outro aspecto forte no relato de experiência é que a vivência das pessoas nunca é solitária. Assim, seu autor também revela em seu texto o diálogo com outros sujeitos que dela participaram, relembrando momentos, trazendo vozes dos professores que dela participaram.
Concluindo, podemos afirmar que a escrita de bons relatos de prática pedagógica parte, como em outros gêneros textuais, da reflexão do autor sobre os elementos da situação de comunicação em que seu texto será produzido e da inclusão desses elementos em sua escrita.

Sugestão de roteiro para a elaboração do relato de prática pedagógica

01. Considerar que o tema central do relato é a sua experiência em sala de aula ao colocar em prática as oficinas propostas pelo Gestar II . Por isso, faça referência ao número da Oficina escolhida por você, bem como das adaptações que sentiu necessidade de fazer.

02. Levar em conta o veículo em que esse relato vai circular (jornal, revista especializada na área, numa comunidade virtual )e o público a quem é destinado ( no nosso caso, os cursistas do GESTAR II e o professor formador).

03.No caso dos relatos realizados para o Programa GESTAR II, considerar que os colegas de curso estão interessados em saber as particularidades da experiência vivida em sala de aula e a maneira pela qual essa prática, de alguma forma, se relaciona com uma teoria e com o projeto do Programa.

04. Lembrar-se de que vai escrever um texto sobre uma experiência vivida que, de certa forma, contribuiu, ou até mesmo, transformou sua prática pedagógica.
05. Quem relata qualquer fato, em qualquer situação, necessita da memória, por isso, ao utilizá-la, um autor sempre faz um jogo do “agora” com o “ontem”, do “aqui” com o “lá”. Por essa razão, aparecerão no texto marcas desse jogo, por meio de verbos, dos tempos verbais. Esses verbos são usados, ora no presente (“eu me lembro”), ora no pretérito imperfeito (“os alunos estavam animados e falavam bastante”), ora no pretérito perfeito (“decidi que ia abordar a situação de outro jeito”).

06. Ter em mente que o autor rememora situações vividas com outros sujeitos, trazendo vozes desses sujeitos para seu texto, citando direta ou indiretamente o que eles disseram.

07. Lembrar de :

-situar o leitor/interlocutor(no caso de relato oral), dando referências de quando e onde a situação relatada ocorreu;

-garantir coerência ao relato, relatando primeiramente o início da experiência e prosseguindo com fatos que ocorreram na seqüência, até chegar ao fechamento da atividade;

- Procure não ser muito detalhista (principalmente quando o relato for feito oralmente), procure ser objetivo. É claro que, alguns detalhes são indispensáveis, pois podem ter feito diferença na aplicação de determinada oficina.

- finalizar com uma reflexão sobre os resultados da prática pedagógica a qual se refere.

BILIOGRAFIA: Site escrevendo o futuro/ adaptado por prof. Daura Del Vigna Galvão-Gestar II-Dourados MS

Um comentário:

  1. De quem é este texto? (prática pedagógica é um gênero de texto que pode revelar, se bem planejado, a aproxima)

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